Amigos e amigas, preciso usar esse blog para me declarar.
Essas declarações serão frequentes a partir de agora, mas essa é a primeira e confesso estar ansiosa para fazê-lo. Preciso confessar que, apesar de toda a pressão para que eu tenha ódio, repulsa, vergonha... EU AMO O MEU CORPO.

É do meu corpo que tiro meu sustento, que vivo meus dias. É meu corpo que me proporciona os prazeres e dores da vida e cada coisinha que tem nele é pra isso. Cada pelinho tem sua função, cada odor tem seu papel. Cada fluído tem sua importância.
Fomos ensinadas, mulheres, a nos odiar. Odiar nosso suor, odiar nossos pelos, odiar nosso sangue, nossas formas. Nos põem desde novinhas regras para escondermos nosso corpo. Nos ensinaram que somos impuras, que não podemos nos tocar, não podemos nos explorar, nos conhecer. Nos ensinaram que temos que disfarçar nossos cheiros, arrancar nossos pelos e esconder nosso sangue. Nos ensinaram a ter nojo de nós mesmas! Nos disseram que nosso prazer pertence a outro e não nos deram acesso a ele. Nos criaram para sermos "puras", "castas", "indefesas" e "infantis" e a odiar tudo aquilo que nos fazem MULHER.

Nosso sistema, em sua sede de poder e dinheiro nos oprime diariamente. Nos dá sabonetes, lenços, desodorantes, maquiagens, cremes... que nos alteram. Que nos trazem males. Remédios que nos fazem tomar mais remédios, que nos viciam, que nos tiram nosso prazer. Absorventes que nos fazem ter nojo do que temos de mais valioso, pois, ao invés de vermos nosso sangue limpo, vemos sangue putrefato, contaminado por químicas. Negamos nossos corpos e ele reage à nossa negação. Nos torna cada vez mais doentes em cólicas, em problemas hormonais, circulatórios, em distúrbios psicológicos. Nosso corpo nos grita: ME ACEITE! Eu sou a única coisa que você realmente possui!

E é por isso que o sistema nos odeia tanto: porque somos, juntas, mais poderosas que ele. Somos a revolução!
Pois somos nós, mulheres, que trazemos ou não a vida. São nossas vaginas e nosso sangue que nutrem o mundo. SOMOS SAGRADAS. Repito: SAGRADAS!
Pois somos nós, mulheres, que trazemos ou não a vida. São nossas vaginas e nosso sangue que nutrem o mundo. SOMOS SAGRADAS. Repito: SAGRADAS!
Nos amar genuína e profundamente é enfrentar o patriarcado. Nos amar, genuína e profundamente é amar o mundo. Nos amar é um ato político.
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